Monday, September 08, 2008

"conheci uma garota interessante há uns meses e temos nos dado muito bem. vamos chamá-la de N. matamos aula para conversar, sozinhos, sentados em um dos pátios da escola. ambos trabalhamos, então não temos muito tempo livre, para praticar hobbies & coisas do gênero. a medida que o tempo ia passando, íamos ficando mais amigos. nos amavamos e estipulamos que nossa relação seria sempre assim. não era um amor apaixonado e sim um amor de confiança. eu não tinha vontade de beijá-la; deixava isso para outras. contávamos tudo um para o outro. talvez eu pudesse dizer que é o melhor relacionamento que eu já tive.

contudo, eventualmente, existiam vontades que ela não podia suprir - seja por qual for o motivo. um dia eu conheci outra menina, S. não sei se ela já estava planejando em me seduzir, mas caso não, conseguiu com sucesso absoluto. ela gostava de mim também, então um dia transamos. começamos a namorar. contei isso para N, claro. ela riu. senti que haviam coisas, tanto da minha vida quanto na dela, que não precisavam ser compartilhadas. uma distância ia crescendo nessa amizade. até que um dia, sentindo muita falta dela, comecei a mentir para S. o que me doía, pois eu a amava muito, e ela era realmente especial.

foi estranho, pq pensando bem, essa era a minha primeira namorada desde que conheci N. já tive namoradas antes, mas era sempre algo mais casual e descomprometido. em certo aspecto, S é diferente delas. e então um dia, analisando que eu aparentemente estava me distanciando da nossa relação, ela me perguntou sobre N e dizia que eu andava muito com ela. S estava desesperada, nunca tinha visto ela tão triste. comecei a ficar preocupado também, pensando que estava abusando dela e fui abraçá-la. mas ela me afastou, dizendo 'vai embora, afinal tu não tem planos com a tua amiga? qual de nós é a mais importante?'

essa pergunta teve um impacto profundo em mim. eu nunca tinha deparado com uma dúvida tão difícil de ser resolvida. parecia-me impossível responder. digo, na verdade, na época, era de fato impossível para mim encontrar alguma resposta. encapacitado de responder, baixei a cabeça, triste e quieto. S me olha com um olhar desprezativo e, com lágrimas nos olhos, vai embora. passamos meses sem nos ver.

N ficou sabendo de tudo e tivemos uma discussão séria. também passei um tempo sem vê-la. nesse período, percebi que S tinha sido imatura. era algo que eu simplesmente não tinha como escolher. era parte da minha vida ser daquele jeito, e ela deveria aceitar isso. ou pelo menos é isso o que eu acho. afinal das contas, eu nunca a traí e nem pretendia, muito menos com N. que, por sinal, felizmente entrou em contato comigo um dia, e eventualmente voltamos a conversar."




baseado nisto.