Friday, September 27, 2013

diretamente de um filme de woody allen.

A minha vida aqui tem uma rotina agradável. Quando faço algo diferente do que faço todos os dias, é tudo comedido e previsível. Surpresas e mudança de hábito não fazem parte da minha vida aqui. Não estou reclamando. Isto é a famosa zona de conforto. Estou satisfeito em não mudar isso agora, por enquanto, aqui. Ir à exposições de artistas não faz parte disso. Obviamente eu já fiz isso, várias vezes. Acho inclusive uma forma interessante de socializar. Mas hoje eu fiz isso e foi diferente.

Minha experiência com vernissages era limitada a artistas novatos e jovens. Nunca foi nada muito formal e "elitizado." Então que um parente meu do Rio de Janeiro veio pra cá mostrar uma exibição. Isso nunca acontece e então "tive" que ir. Era uma noite fria (mas não tanto) e escolhi vestir uma jaqueta de couro. "Nada muito formal." Cheguei lá e, logo que entrei, percebi duas coisas:

1) Eu não estava bem vestido o suficiente pra isso. Não vou me comparar com as outras pessoas presentes, mas eu me senti dentro de um filme do Woody Allen, em alguma cena de vernissage cheia de gente chata e pretensiosa. Felizmente (e também curiosamente) não lembro da conversa de nenhum estranho, então não pude confirmar isso.

2) Estava muito calor lá dentro. De modo que, de ficar parado e meramente olhando alguns quadros, eu comecei a suar e quase passei mal (admito que o calor não foi o único fator pra isso).


O lugar era pequeno e tinha muita gente. Mas, claro, obviamente, como funciona em qualquer evento social, eu encontrei um conhecido. Ex-colega de faculdade. Claro. Ele estava trabalhando, tirando fotos. Conversamos. Ele perguntou (claro) se tenho "trabalhado na área." Esta imagem me veio a cabeça. Respondi sendo evasivo, como sempre, e então o próprio artista e "dono" da exibição veio falar conosco. Eu sou parente dele, afinal. Depois de alguns segundos, ele foi embora e fiquei a sós com meu conhecido de novo. Ele estava usando terno. Eu tive que assumir. Não poderia ser só eu. "Puta que pariu, que calor tá aqui dentro", eu disse. Ele respondeu na hora. "Um inferno." Ri e me retirei.

Fui pra frente do local, na rua, no frio agradável. Eu não conseguia parar de pensar sobre esteriótipos da classe média-alta / alta. Essas pessoas tem espelho em casa? Obviamente não estou "reclamando" das roupas dos outros (quem sou eu pra fazer isso, vestindo o que estava vestindo?). Mas... Elas parecem exatamente com o que deveriam parecer. Elas não sabem o quão clichê e uptight elas parecem? 

Depois de ficar ali com o segurança por um tempo e expressar, sim, pra ele também, o meu disconforto com o calor lá de dentro (e nada mais, porque não tinha mais assunto e eu não queria mais conversa), fui embora.


PS. Esse texto foi um exercício pessoal. Eu nunca postaria algo assim aqui (por quê?). Eu normalmente conversaria sobre isso com alguém (uma, no máximo duas pessoas). Enfim, sharing is caring.

Monday, September 23, 2013

life of pi.

"I suppose, in the end, the whole of life becomes an act of letting go."

Tuesday, September 10, 2013

prova.

Q: (...), what did Darwin believe would happen to human emotions that were not expressed?

A: They would become less intense.

Sunday, September 01, 2013

top.

Um top com literalmente as melhores partes de todos os meus dias:

1) Deitar na cama e ficar confortável com o travesseiro, na hora de dormir.
2) Banho quente de chuveiro.
3) Resto.