Tuesday, January 31, 2006

pulga atrás da orelha sobre o passado.

eu, uma pessoa que não bebe, tenho consciência dos atos que faço. o que tá feito, tá feito. tá, vamos ser diretos. é que parece que todo passado não é de verdade. parece como qualquer outro pensamento que eu possa ter. parece que não aconteceu. que eu imaginei. que não foi tão real quando está sendo o agora. o que aconteceu (e não me refiro a um acontecimento particular, refiro-me a tudo que me consigo lembrar) me parece tão real e verossímil quanto... um pensamento.



besteira isso.
"materialismo".
se não posso tocar não existe. é isso. existiu.




e sobre o post anterior,
incluo Mogwai também.
sempre.

Monday, January 23, 2006

quem é parceiro de ficar escutando Sigur Rós até o fim do mundo?


I know I am.

Friday, January 20, 2006

"O primeiro encontro com a morte que eu me lembro foi quando a nossa cachorra, Fritzil, foi atropelada pelo vizinho. Ela estava dormindo embaixo do carro e foi esmagada quando ele deu ré. Eu não vi acontecer. Não sei quem se livrou do corpo e como foi feito, mas instintamente eu entendi que não deveria perguntar sobre isso. Morte era algo secreto, misterioso, assustador, melhor deixada de lado e não pra ser vista de perto. Fritzi simplesmente se foi, em breve substituida por um novo cão, Butch, que meu pai disse que era um metade chow-chow, o que explicava a língua negra.

Eu sempre rezava na hora de dormir, mecanicamente falando 'If I should die before I wake' [trecho de alguma prece] como o pequeno bom garoto que eu era, sem nunca considerar de verdade o que aquelas palavras significavam. Eram simplesmente frases que se falavam que pareciam agradar os adultos, fáceis de decorar, estranhamente reconfortante no seu repetitivo ritual. Mas depois do extermínio misterioso de Fritzi, 'die' começou sua gradual evolução de conceito vago para algo real, algo que algum dia aconteceria comigo e com alguém que eu amasse. Iamos todos simplesmente desaparecer. Eu me lembro de chorar muito, não tanto pela Fritzi - nós nunca choramos pelos mortos - mas por mim mesmo, pela minha repentina perda de permanência. Perguntei para a minha mãe o que aconteceria comigo quando ela e o pai morressem. Ela sorriu e me abraçou, e garantiu que nada desse tipo iria acontecer em muito tempo.

Quando eu tinha 13 anos, minha irmã Mary Ann estava me levando para aula de piano quando ela foi ultrapassar e não viu o carro que vinha. Bateu de frente com o nosso Ford Pinto de 1973, quebrando o pescoço dela e a matando instantaneamente e claramente dividindo minha vida em dois: tudo antes do acidente, tudo depois. E aquele breve, eterno instante entre duas vidas em que possibilidades velhas e familiares acabavam para sempre, e novas, inimaginaveis possibilidades eram dolorosamente nascidas.

Morte é vida: uma força épica, primitiva que nos assusta e fascina, dá sentido às nossas experiências, e por fim nos consome. Como Thomas Lynch disse: A vida segue, mas nós não.

Há mais ou menos um ano atrás, eu achei uns vídeos caseiros antigos da década de 60. Sabia que estavamos em férias, em Indian Rock Beach, Florida, e que minha irmã estaria nele, junto com meu pai que fumava feito chaminé, que morreu de cancêr no pulmão, 6 anos depois dela. Eu estava muito assustado para ver aquelas memórias enfraquecidas, convencido de que seria muito doloroso e me enviaria, espiralmente, direto para o desespero (hey, nada como um recente encontro com a morte para aumentar o senso de drama da pessoa). Mas quando eu finalmente vi, fiquei surpreso no quão pouco me afetou. Ali estava a minha irmã, parecendo mais cheinha e menos graciosa do que eu me lembrava, irritada por ser filmada ao se deitar na areia, passando protetor solar, fritando naquele sol. E meu pai, sorrindo e acenando, com seu sempre presente cigarro; a parte realmente estranha foi perceber que aquele corpo de terceira idade parecia exatamente igual ao corpo que vejo refletido no espelho toda manhã quando saio do banho. Ali estava minha mãe, mais jovem, mais feliz. E ali estava eu, alegremente cego para com tudo. Tudo me pareceu estranhamente familiar, mas mais como um deja-vu do que uma lembrança real de um acontecimento real.

Eu tenho o anel do colégio da minha irmã, e o canivete do meu pai. Tenho cartas que ela me escrevia depois que foi para a faculdade. Tenho a carteira, feita por ele mesmo com aquele jacaré, escondido e alinhado com o papel de parede da nossa cozinha, de 1960. Tenho os cartões e cartas e fotos e vídeos dos meus amigos, Greg, Janet e Michael. Como Ruth Fisher [um dos personagens principais da série] diz: 'Estou cercada dessas lembranças de uma vida que já não existe mais". Mas essas lembranças são essenciais. O que mais temos para lembrar de alguém? O que mais podemos fazer senão tocar em alguma coisa que eles já escreveram, fizeram, vestiu? Como mais podemos alcançar aqueles entes queridos que se foram mas que ainda amamos, e nunca deixaremos de amar, mesmo sabendo que eles pararam de nos amar?

Esse livro é uma coletânera dessas lembranças - ainda que personagens fictícios, deixando personagens fictícios, mas para mim, esses personagens são muito reais. Eu sei que uns podem considerar isso como uma espécie de loucura, e eles estariam certos. Tive sorte o suficiente para trabalhar com pessoas igualmente loucas nesse livro - pessoas cuja loucura respeito enormemente - e que me deram um significado mais profundo para os Fishers [família principal] e aqueles com quem eles vivem e serão sempre inextricavelmente unidos."




- Alan Ball, criador de Six Feet Under, no prefácio do livro Six Feet Under: Better Living Through Death. um livro que ainda terei.
hoje eu passei muitos minutos no msn de madrugada, com how soon is now? no repeat, ninguém falava comigo no msn, fazendo porra nenhuma, completamente entorpecido. poderia continuar assim até às 8h da manhã.


tenho dois filmes ver e entregar sábado, mas, ei, já não disse que estou com preguiça de ver filmes?

Thursday, January 19, 2006

eta diazinho bem fodido, hein? puta que pariu..

Wednesday, January 18, 2006

"Sopranos chega ao fim"


e mais uma série muito boa está prestes a acabar. tenho só o dvd pra primeira temporada, e pretendo comprar todos os outros que lançarem.

até mais ver, tony soprano.

Monday, January 16, 2006

e não existe nada melhor do que (eis outra nova seção, onde cito coisas que fazem minha vida valer a pena):


ir ao cinema sozinho, em dia de semana, com latinha de pepsi e confeti de chocolate branco.


deliciar-me-ei. hmmm, confeeeeti.
pergunta da semana (que tá mais pra do mês, já que nunca mais fiz isso aqui):

o que eu faço hoje?



pq todos benditos dias eu me pergunto isso. isso é, quando eu não tenho planos pra amanhã. e quando eu não tenho planos pra amanhã, é realmente uma merda, pq eu nunca faço porra nenhuma o dia todo. isso que eu tenho várias opções. posso ver seriado, jogar video-game, ver animês, e mais várias coisas interessantes. mas essas coisas eu nunca tenho vontade de fazer. então. o que eu faço hoje?


felizmente, mas felizmente meeeeeesmo, eu ainda tenho vontade de ver filmes novos no cinema, quando essas coisas citadas acima acontecem.
nada como carinho nas palavras.

Sunday, January 15, 2006

pela primeira vez na história do top 10 semanal do last.fm, que será atualizado hoje, eu não faço idéia de que bandas estarão no top.

Saturday, January 14, 2006

exatamente como acontece em "bonequinha de luxo".

Thursday, January 12, 2006

lembrança do dia:
nunca combine algo com alguém, se aquilo que queres fazer ainda não está certo.

Wednesday, January 11, 2006

mas olha só.
mal começo de novo e já me volta a vontade de...
hm, vejamos vontade de?
explodir?


alguém injeta música nova, por favor.
felizmente minha internet voltou ao normal e agora posso continuar baixando um monte de coisa numa velocidade rápida.

Tuesday, January 10, 2006


novo nick graças a biba.
oi, biba.

Monday, January 09, 2006

tic-tac
tic-tac
tic-tac
tic-tac
tic-tac
tic-tac

tic-tac

tic-tac

tic-tac

tic-tac




clock's ticking.

Sunday, January 08, 2006

quando eu era criança, achava que, quando num desenho, os personagens, por exemplo, estivesse em algum lugar em que a maioria do cenário fosse rosa (ou qualquer outra cor), significava que os caras que fizeram o desenho tinham muitos lápis-de-cor de tal cor. e por isso eles criaram um episódio em que tivesse muito dessa cor, pq eles tinham muitos lápis-de-cor rosas e não precisava ter tanto, daí eles gastam muito, pintando de rosa a grande parte do cenário, página por página.

Thursday, January 05, 2006

existe coisa mais legal que ser adorar uma banda que ninguém que tu conheça conheça?

Wednesday, January 04, 2006

sobre a minha série favorita. (e, bem eu gosto de séries hein).

eu tenho revisto, six feet under, com um amigo meu. estamos na terceira temporada, infelizmente ainda não saiu a quarta em dvd aqui no brasil. depois disso, tem a quinta e a série acaba. acabou esse ano. tão, tão triste. mas foi bom pq assim ela evita de ficar uma merda. já vi quase toda última temporada e é foda. a terceira temporada, a qual estou vendo, é uma das minhas favoritas.

eu não ia postar isso aqui, afinal já enchi muitos, muitos blogs (e principalmente fotolog) com coisas de six feet under, mas revendo ontem, passou uma cena espetacular, e me deu vontade de botá-la aqui.


a cena é a seguinte:
claire (um dos meus personagens favoritos), uma adolescente rebelde (dos inteligentes e rebeldes, não os idiotas) de 19 por aí, está sendo avaliada pelo professor de arte, olivier (um personagem excelente também). eles estão sentados e ele está olhando os trabalhos dela, quietamente. não há mais ninguém na sala. ela está um pouco impaciente.

infelizmente, para fazer jus ao diálogo, vou postá-lo em inglês (afinal das contas, a legenda e tradução nunca, nunca fica tão perfeito quanto o original), então se tu não sabe inglês direito, problema teu.

o negrito foi eu quem botou. após olhar uns trabalhos, ele olha pra ela e começa (observação: o professor fodeu o namorado da claire, literalmente, e ela descobri faz pouco tempo, então ela está meio irritada por isso):


olivier - give yourself the grade you think you deserve.

claire, com cara de "hein?" - what is that, like paying me to keep my mouth shut?

olivier - i'm letting every student give themselves their own grade. who am I to judge anyone's work?

claire, suspira, irritada - god, you're ridiculous. you constantly contradict yourself so nothing you say ever means anything.

olivier - is meaning what you're really after, claire? 'cause your work this semester would suggest otherwise. (pausa) your technique is excellent. but that's all it is, technique. your work is safe, limited! 'cause you hold yourself back from life.

claire - well, call me crazy, but I think an artist has a responsability to do more than just give in to every emotional impulse.. because some impulses are wrong. and some impulses violate the regulations of this school, I checked. exactly how many schools have you taught at, olivier?

olivier, com cara de "tsc, tsc, tsc" - you sit in such judgement of the world.. how do you expect to ever be a part of it?

claire - I don't want to be a part of your world, where you get to be a totally manipulative loser who fucks his students.

olivier - what do you want to be, claire? an uptight puritan who's not ever in her own body? or a brilliant artist with blood and a heart and a cunt?

claire, com cara de "tsc, tsc, tsc" - god, you're such a fucking phony. you know, at first, you actually inspired me. it took me half a semester to realize that you were just using us to work through your own personal shit! I mean, when will you get over the fact that you never became Picasso and now it's too fucking late?!

olivier - and when are going get over the fact that if you take a change you might fall flat on your face? but that's the best thing that can ever happen to you, as an artist and as a human being.

claire, se levantando e impaciente - are we done?

olivier, enquanto claire pega suas coisas - absolutely, get out of my office! who do you think you are, the pope? just because I fucked your boyfriend? (isso faz ela parar e olhar pra ele) what a baby! you need some real pain, that's what you need!

claire - fuck you!

olivier - fuck yourself! russell (namorado da claire) will always be a better artist than you. he's braver, more willing to take chances.

claire - well, he's certainly more ambitious, that seems pretty obvious.

olivier - well, if it hadn't been me, it would've been somebody else, trust me.

claire, pausa - i'll take an A.

olivier - undeserved.

claire, com cara "te fode" - unimportant.



e sai da sala.
que cena bem massa, puta merda. e confesso que foi só por causa desse "underserved" "unimportant" que eu tive que postar em inglês. ah, e também por causa dos vários fucking-alguma-coisa que tem durante o diálogo.

Tuesday, January 03, 2006

Surreal!!! (mais uma nova seção)
conto coisas surreias (estranhas, esquisitas, inusitadas, incomuns) que acontecem comigo no cotidiano.

estava eu no correio, entregando encomendas. o cara que me atende nota que tem cds dentro do envelope e logo pergunta, por ser curioso mesmo "é cd de quê?". imediatamente, penso, e quase digo "ahm.. que diferença isso faz?" então digo "como assim?" pra ver se ele desistiria de falar sobre isso. "de música..?" ele diz. digo "ah, são filmes". ele faz uma cara de interessado. "ah é, quais?". puta merda, penso. tentei lembrar algum filme que talvez ele conhecesse, que estivesse dentro do envelope, mas lembrei que 4 dos 5 eram franceses (ou mais ou menos isso) aí eu disse "ah, é uns franceses lá que eu gravei pra uma amiga..". tudo isso na fila do correio. aí ele começa: "legal, qual programa tu usa pra baixar?" "ah, uso o emule mesmo" "hmm eu baixei o emule mas é lento e tal, daí to usando o shareaza e..."


?!?!?!?
Whatafuck!?
confesso que a única coisa "boa" de agora ser 2006 e não 2005 é que tem mais um coisa ali na lista do archives. não aguentava mais ver só aqueles 3.

Monday, January 02, 2006

como nerd assumido e amante da internet há alguns anos posso dizer uma das minhas maiores paixões eletrônicas. uma coisa que realmente me deixa feliz. downloads. ou melhor, um pequeno combo. downloads + banda larga.

existe coisa mais legal do que baixar aquele(a) cd/seriado/filme/gibi/música/show/jogo/animê/trilha sonoras que você sempre quis ter?



é lindo, lindo.

Sunday, January 01, 2006

e agora a explicação do meu nick (eu nunca faço isso).

durante uma dança.
"arthur não tira os olhos dos pés, mas seus pensamentos estão em odile.
odile se pergunta se eles conseguem ver que se seios se mexem, debaixo da blusa.
franz não pensa em nada. em nada e em tudo. ele se pergunta se o mundo está virando um sonho ou se o sonho está virando um mundo."