Thursday, September 17, 2015

de novo pela primeira vez.

"Nunca vou ver esse filme de novo pela primeira vez."

Isso é algo que pensamos (penso) com frequência.

Mas é mentira!

Depois de alguns anos, dá pra esquecer quase tudo sobre um filme ou seriado.

Então é só rever e se apaixonar de novo. Isso é algo que percebi recentemente.


Acho que o tempo ideal é em média cinco anos. É um bom período.

Thursday, July 23, 2015

além.

"Esses vermes só tem dois sentidos: tato e olfato. Eles vivem sem ver ou saber o que é luz. A noção de luz para eles não existe. Como humanos, nós sabemos que a luz existe. Na volta dos vermes, tocando eles, em todos os lugares. Mas eles não conseguem vê-la."

Talvez o mesmo aconteça conosco. Existe alguma barreira invisível que nos separa de tudo que não  conhecemos ou experimentamos? 

What else is there?

Sunday, July 05, 2015

ficção.

ninguém entende meu amor por personagens como voce

ahahahahaha
sério? heart emoticon

sim
surpreso de ser o único hahah

tipo, eu tenho amigos

que simmm

amam os personagens e têm ships

e realmente se importam com eles (ahahaha)

mas você entende o que é AMAR um personagem

e se identificar com coisas ridículas

as vezes eu vejo umas cenas em filmes e seriados

e só penso

"é isso."

Wednesday, June 17, 2015

uma nota.

Como vocês já perceberam, eu não uso mais esse blog. Ele provavelmente vai morrer. Ele deveria ir pro WordPress porque o Blogger é terrível.

O que eu gosto de postar aqui - coisas bem pessoais - normalmente pode ser dito em um tweet. Mas eu não posto essas coisas no Twitter.

Eu tenho um Tumblr "secreto" e é o lugar onde sou mais pessoal na internet. Eu também nunca posto lá mas é melhor do que isso aqui.

Todos esses parágrafos poderiam ser tweets. Eu literalmente testei e todos têm menos de 140 caracteres. Blogging is dead.

Saturday, April 25, 2015

juventude.

- Do you always get uncomfortable around younger people? (...) It's because we are the future. And you don't belong in it. You have this deep down feeling that you don't matter anymore.

Saturday, February 07, 2015

um dia qualquer.

Manhã tumultuada no escritório. Clientes - irmãos - brigam sobre testamento dos pais. Lamentável como, assim que certas pessoas morrem, os familiares lutam pelas posses materiais deixadas pra trás.

Chuva. Bastante. Recebo uma ligação. 

- Alô.
- Oi, é o senhor Lima, advogado de testamentos?
- Sim.
- Eu tenho uma amiga muito doente chamada Vanessa no hospital que quer fazer o testamento dela. Seria possível você visitá-la para fazer isso?
- Eu não visito clientes. Ela pode tentar ligar pro escritório e marcar um horário para essa semana. - Um pedido frequente. Se eu visitasse clientes, aí sim eles não teriam dinheiro o suficiente pra me pagar.
- A condição dela está muito mal. Ela não deve ter mais de uma semana de vida, não pode sair do hospital. - Triste. Uma pena. Mas me faltam paciência e tempo.
- Lamento, mas não posso ajudá-los.

Desligo. Pego o carro e saio, preciso em ir outra firma buscar documentos. A chuva continua e, com a neve acumulada na rua, faz aquela mistura nojenta e escorregadia característica do inverno. A mesma pessoa me liga de novo.

- Alô.
- Oi, senhor Smith, eu liguei faz pouco tempo sobre a minha amiga que está no hospital.
- Ah, sim, como eu falei, eu não poss-
- Conseguimos arranjar que ela saia e vá até o senhor. - Um esforço inesperado. Desnecessário? Por que não tentar outro advogado?
- Ah, ótimo, então. Quando?
- Podemos passar pelo seu escritório pelas cinco horas, mas ela não vai poder sair do carro. Está muito frágil, ainda mais com esse clima. - Agora me sinto mal.
- Tudo bem, vejo vocês então.

Desligo. Volto pro escritório e lido com mais famílias estressadas e materialistas. Contratos que vão e vem, palavras que não valem nada, palavras que machucam pessoas amadas. Dez minutos antes das cinco, eu desço e compro um café. Espero sentado na cafeteria. Tem muita gente aqui dentro, fugindo da chuva como eu. O chão daqui também está sujo e escorregadio. Vejo um carro parar na frente do prédio e meu celular toca. Saio e vou em direção ao carro.

Uma pessoa sai do banco de trás do carro. Pelo seu porte físico, imagino ser a pessoa que me ligou anteriormente. 

- Boa tarde, senhor Lima, obrigado por nos ver. - Estamos conversando no meio da calçada, cada um com o seu guarda-chuva, falando alto por causa do barulho da rua, pessoas e água caindo. Tentando não atrapalhar os outros que passam.
- Boa tarde. Onde está Vanessa? - Estamos quase grudados no carro para deixar que as pessoas passem. Tantos guarda-chuvas.
- Aqui no banco de trás. Antes de ir, senhor, peço para que tenha em mente que a condição dela está muito frágil, de verdade, e ela não tem pouco tempo, então seja paciente. Obrigado por fazer isso, de novo. Pode entrar, eu vou comprar algo ali na cafeteria.

Ele vai embora e eu fecho o meu guarda chuva pra entrar no carro.

Vanessa está sentada do lado oposto do que eu entrei. Ela está com a janela aberta, olhando pra rua e com a mão fora do carro, tocando a água da chuva que cai incessantemente. Sem olhar para mim, ela diz:

- Não é um belo dia?