Wednesday, August 27, 2008


ok, eu não queria fazer um post unicamente musical sobre isso e mesmo sabendo que quase ninguém vai baixar, é melhor do que falar muito bem sobre alguma banda e não dar link pra download. enfim, vamos começar.


uma das coisas interessantes que eu tenho escutado é algo bem diferente e único. william basinski é um cara que gosta de fazer música eletrônica ambiente e um belo dia, olhando nas suas pilhas de coisas velhas (todo mundo sempre tem uma dessas em casa), ele achou umas fitas com músicas que ele tinha gravado há tempos. loops, pra ser mais exato. ou samplers. tipo um riff de guitarra. uma melodia-base. algo que fica repetindo durante uma canção. e era exatamente com isso que ele costumava trabalhar: pequenos trechos que tocam e tocam e tocam e tocam em sequência. contudo, essas fitas estavam velhas demais. ele ouviu e o som tava meio estranho, meio que se desestruturando, danificando a fita inclusive, imagino. ao contrário de como muita gente faria (jogar fora a fita, ou tentar escutar e gravar uma versão nova) ele resolveu usar aquilo mesmo. o resultado é muito interessante.

a primeira vez que ouvi falar desse(s) disco(s) - sim, pq na verdade são uns 4 ou 5 The Disintegration Loops - o comentário foi o seguinte: "isso é genial. é música morrendo." e após ouvir posso concordar. vamos dar um outro exemplo. ok, você que está lendo o texto agora mesmo. pense assim: faz de conta que todas as letras desse parágrafo fossem parte de um loop, de uns 10 segundos no total. a cada 10 segundos, ele começa de novo e é aparentemente o mesmo. mas em Disintegration Loops, é como que a cada 10 segundos, umas duas ou três letras sumissem da música. naturalmente não é tão rápido, otherwise a música teria poucos minutos de duração e nem daria pra aproveitar por completo. por ser ambiente, é lento e demorado. a música dá alguns loops normais e então dá uns sem algumas poucas letras do post, por exemplo. e assim vai, até sobrar pouquíssimos rastros do loop original (que em muitas vezes só tinham 4 notas, no máximo). é lindo. em certos pontos, de fato, você consegue notar a melodia original se esforçando ao máximo a não sumir, sobrevivendo e lutando. mas então alguns segundos se passam e você não percebe mais ela.



infelizmente, como tudo é lento, as músicas são gigantes. no DL1, duas músicas, a menor tem meia hora e a outra um pouco mais de 60 minutos. é uma pena mesmo, pois ela é muito boa. ainda tenho que baixar e ouvir os outros - na verdade acho que essa de uma hora é a maior de todas mesmo. sinceramente, acho improvável que você baixe. é meia hora de sons baixos e tudo demora pra acontecer. não é música normal. na verdade, é algo que nem vale a pena ficar escutando muito (o cara que tiver isso no top 10 do last.fm deve ter sérios problemas), mas sim uns cds que deve se escutar a cada mês, ou whatever; que deve ser apreciado com moderação. é interessante, bonito e sem dúvida diferente do que você escuta.


ps.: caralho, o blog ficou lindíssimo cinza. amey.

Monday, August 18, 2008

era um casal que se conheceu pelos 20 e poucos anos. namoraram por meses, anos na verdade, até que um dia finalmente conseguiram morar juntos. não era um casal comum, desses normais que se vê todos os dias. era um bonito e sincero; verdadeiro. ambos trabalhavam e estudavam. poucos anos depois, já estavam formados, ainda morando juntos, ganhando mais. com móveis legais, coisas que sempre queriam ter; claro, nada muito chique, apesar o suficiente para mantê-los satisfeitos com suas compras de lazer. o trabalho, infelizmente, ia ocupando cada vez mais tempo em suas vidas. ele acordava mais cedo do que ela. ela mora num mundo mais moderno, dizia. acordava, tomava banho, o que despertava a adormecida. ele, já pronto pra ir, ia pra cozinha tomar um café da manhã, lendo o jornal. então ela aparecia.

só se viam de manhã, quando um estava indo e outro acordando, e de noite, quando chegavam em casa, pois cada um almoçava perto do escritório. eventualmente ocorria algum jantar de negócios, dava tempo de passar em casa pra trocar a roupa e contar um pouco do dia para o outro, e ir embora novamente. então na hora que deveria-se ficar aliviado de finalmente estar indo pra casa, para o companheiro, já se ficava cansado de novo, pois era tarde e não se tinha tempo pra perder. um dia então fizeram um trato. com falta um do outro, mesmo dormindo juntos, combinaram que sempre que um chegar tarde demais (quando um já estivesse na cama, às vezes já dormindo), deveria-se acordar o outro. assim, sutilmente. não importa a reunião de amanhã cedo. não importa se só falta uma hora pro despertador tocar. também não importa se ele dormiu no meio do que ela estava falando. adormeceu escutando a sua voz favorita.

o importante é o contato.

Tuesday, August 12, 2008

tanta coisa pra compartilhar e tão pouco espaço para isso.

Saturday, August 09, 2008

10/09/07
hoje sonhei que não estava sozinho.

Wednesday, August 06, 2008