ok, eu não queria fazer um post unicamente musical sobre isso e mesmo sabendo que quase ninguém vai baixar, é melhor do que falar muito bem sobre alguma banda e não dar link pra download. enfim, vamos começar.
uma das coisas interessantes que eu tenho escutado é algo bem diferente e único. william basinski é um cara que gosta de fazer música eletrônica ambiente e um belo dia, olhando nas suas pilhas de coisas velhas (todo mundo sempre tem uma dessas em casa), ele achou umas fitas com músicas que ele tinha gravado há tempos. loops, pra ser mais exato. ou samplers. tipo um riff de guitarra. uma melodia-base. algo que fica repetindo durante uma canção. e era exatamente com isso que ele costumava trabalhar: pequenos trechos que tocam e tocam e tocam e tocam em sequência. contudo, essas fitas estavam velhas demais. ele ouviu e o som tava meio estranho, meio que se desestruturando, danificando a fita inclusive, imagino. ao contrário de como muita gente faria (jogar fora a fita, ou tentar escutar e gravar uma versão nova) ele resolveu usar aquilo mesmo. o resultado é muito interessante.
a primeira vez que ouvi falar desse(s) disco(s) - sim, pq na verdade são uns 4 ou 5 The Disintegration Loops - o comentário foi o seguinte: "isso é genial. é música morrendo." e após ouvir posso concordar. vamos dar um outro exemplo. ok, você que está lendo o texto agora mesmo. pense assim: faz de conta que todas as letras desse parágrafo fossem parte de um loop, de uns 10 segundos no total. a cada 10 segundos, ele começa de novo e é aparentemente o mesmo. mas em Disintegration Loops, é como que a cada 10 segundos, umas duas ou três letras sumissem da música. naturalmente não é tão rápido, otherwise a música teria poucos minutos de duração e nem daria pra aproveitar por completo. por ser ambiente, é lento e demorado. a música dá alguns loops normais e então dá uns sem algumas poucas letras do post, por exemplo. e assim vai, até sobrar pouquíssimos rastros do loop original (que em muitas vezes só tinham 4 notas, no máximo). é lindo. em certos pontos, de fato, você consegue notar a melodia original se esforçando ao máximo a não sumir, sobrevivendo e lutando. mas então alguns segundos se passam e você não percebe mais ela.
infelizmente, como tudo é lento, as músicas são gigantes. no DL1, duas músicas, a menor tem meia hora e a outra um pouco mais de 60 minutos. é uma pena mesmo, pois ela é muito boa. ainda tenho que baixar e ouvir os outros - na verdade acho que essa de uma hora é a maior de todas mesmo. sinceramente, acho improvável que você baixe. é meia hora de sons baixos e tudo demora pra acontecer. não é música normal. na verdade, é algo que nem vale a pena ficar escutando muito (o cara que tiver isso no top 10 do last.fm deve ter sérios problemas), mas sim uns cds que deve se escutar a cada mês, ou whatever; que deve ser apreciado com moderação. é interessante, bonito e sem dúvida diferente do que você escuta.
ps.: caralho, o blog ficou lindíssimo cinza. amey.
uma das coisas interessantes que eu tenho escutado é algo bem diferente e único. william basinski é um cara que gosta de fazer música eletrônica ambiente e um belo dia, olhando nas suas pilhas de coisas velhas (todo mundo sempre tem uma dessas em casa), ele achou umas fitas com músicas que ele tinha gravado há tempos. loops, pra ser mais exato. ou samplers. tipo um riff de guitarra. uma melodia-base. algo que fica repetindo durante uma canção. e era exatamente com isso que ele costumava trabalhar: pequenos trechos que tocam e tocam e tocam e tocam em sequência. contudo, essas fitas estavam velhas demais. ele ouviu e o som tava meio estranho, meio que se desestruturando, danificando a fita inclusive, imagino. ao contrário de como muita gente faria (jogar fora a fita, ou tentar escutar e gravar uma versão nova) ele resolveu usar aquilo mesmo. o resultado é muito interessante.
a primeira vez que ouvi falar desse(s) disco(s) - sim, pq na verdade são uns 4 ou 5 The Disintegration Loops - o comentário foi o seguinte: "isso é genial. é música morrendo." e após ouvir posso concordar. vamos dar um outro exemplo. ok, você que está lendo o texto agora mesmo. pense assim: faz de conta que todas as letras desse parágrafo fossem parte de um loop, de uns 10 segundos no total. a cada 10 segundos, ele começa de novo e é aparentemente o mesmo. mas em Disintegration Loops, é como que a cada 10 segundos, umas duas ou três letras sumissem da música. naturalmente não é tão rápido, otherwise a música teria poucos minutos de duração e nem daria pra aproveitar por completo. por ser ambiente, é lento e demorado. a música dá alguns loops normais e então dá uns sem algumas poucas letras do post, por exemplo. e assim vai, até sobrar pouquíssimos rastros do loop original (que em muitas vezes só tinham 4 notas, no máximo). é lindo. em certos pontos, de fato, você consegue notar a melodia original se esforçando ao máximo a não sumir, sobrevivendo e lutando. mas então alguns segundos se passam e você não percebe mais ela.
infelizmente, como tudo é lento, as músicas são gigantes. no DL1, duas músicas, a menor tem meia hora e a outra um pouco mais de 60 minutos. é uma pena mesmo, pois ela é muito boa. ainda tenho que baixar e ouvir os outros - na verdade acho que essa de uma hora é a maior de todas mesmo. sinceramente, acho improvável que você baixe. é meia hora de sons baixos e tudo demora pra acontecer. não é música normal. na verdade, é algo que nem vale a pena ficar escutando muito (o cara que tiver isso no top 10 do last.fm deve ter sérios problemas), mas sim uns cds que deve se escutar a cada mês, ou whatever; que deve ser apreciado com moderação. é interessante, bonito e sem dúvida diferente do que você escuta.
ps.: caralho, o blog ficou lindíssimo cinza. amey.