Tuesday, June 03, 2008

na última vez que eu viajei de ônibus, presenciei uma cena interessante. sabem aqueles momentos clichês e supostamente emocionantes de despedidas, onde pessoas choram, etc? pois é, foi um deles.

eu estava sentado esperando o ônibus, ainda faltava quase uma hora e tinha um no exato box onde o meu chegaria. este estava indo, pessoas em fila entrando no mesmo. então um casal de mulheres se despede, uma mais velha, pareciam mãe e filha, e ambas muito tristes. eis que a filha começa a chorar e logo a mãe também. nenhum berreiro nem nada, um choro normal, mas bastante evidente. pensei "que cena triste. I mean, supostamente todas as despedidas são assim, mas normalmente não se vê a coisa de forma tão crua e real assim." e também pensei que agora a pessoa que ficou iria ficar mais triste por um bom tempo, talvez até sentar perto de mim (eu estava perto) para chorar mais um pouco e pensar na vida. perdendo não é nada, o problema é o perdido; nos primeiros momentos em onde se perde. quando a gente percebe que acabou é a pior coisa. experiência própria.

mas então, acontece algo relativamente inesperado. o cara atrás da mulher que ficou a abraça. não, não foi um momento bonito e estranho, eles eram conhecidos. marido & mulher, talvez, até. agora, porra, qual é a graça, se tiver alguém ali pra te confortar? onde está a solidão de verdade e o desespero de se sentir incompreendido, só e sem esperanças? vá sofrer de verdade.