Monday, February 13, 2006

mórbidas semelhanças:


entro no carro, no banco do carona. minha mãe e uma amiga de igreja dela atrás. a mulher não pára de falar. então minha mãe diz que tal pessoa lá do nosso prédio casou. filho da família tal. a mulher fica feliz, diz que adora ele (qual é o mesmo o nome dele?, ela pergunta. gosta tanto que nem lembra o nome). conhecia-o de igreja e o caralho a quatro. então ela toca numa parte "horrível" (como ela mesmo disse) da tal família: sobre um filho do cara que se matou (isso, claro, imediatamente, chamou minha atenção). e começam as semelhanças.

a família deles morava perto de onde morávamos, e se mudaram para o mesmo prédio, sei lá quanto tempo antes. era pai, mãe, dois filhos e uma filha. um filho e a filha iam na igreja, a mulher que estava contando a história conhecia e tudo mais. já o outro era mais recluso. então, ela disse que ele estava numa forte depressão, e uma coisa curiosa, passava o dia todo na frente do computador. ninguém achou nada demais, isso é comum. então um dia o rapaz vai na praça aqui na frente de casa (a mais movimentada da cidade) e se dá um tiro na cabeça.




te digo de fantasia, uh?