Saturday, April 25, 2015
juventude.
- Do you always get uncomfortable around younger people? (...) It's because we are the future. And you don't belong in it. You have this deep down feeling that you don't matter anymore.
Saturday, February 07, 2015
um dia qualquer.
Manhã tumultuada no escritório. Clientes - irmãos - brigam sobre testamento dos pais. Lamentável como, assim que certas pessoas morrem, os familiares lutam pelas posses materiais deixadas pra trás.
Chuva. Bastante. Recebo uma ligação.
- Alô.
- Oi, é o senhor Lima, advogado de testamentos?
- Sim.
- Eu tenho uma amiga muito doente chamada Vanessa no hospital que quer fazer o testamento dela. Seria possível você visitá-la para fazer isso?
- Eu não visito clientes. Ela pode tentar ligar pro escritório e marcar um horário para essa semana. - Um pedido frequente. Se eu visitasse clientes, aí sim eles não teriam dinheiro o suficiente pra me pagar.
- A condição dela está muito mal. Ela não deve ter mais de uma semana de vida, não pode sair do hospital. - Triste. Uma pena. Mas me faltam paciência e tempo.
- Lamento, mas não posso ajudá-los.
Desligo. Pego o carro e saio, preciso em ir outra firma buscar documentos. A chuva continua e, com a neve acumulada na rua, faz aquela mistura nojenta e escorregadia característica do inverno. A mesma pessoa me liga de novo.
- Alô.
- Oi, senhor Smith, eu liguei faz pouco tempo sobre a minha amiga que está no hospital.
- Ah, sim, como eu falei, eu não poss-
- Conseguimos arranjar que ela saia e vá até o senhor. - Um esforço inesperado. Desnecessário? Por que não tentar outro advogado?
- Ah, ótimo, então. Quando?
- Podemos passar pelo seu escritório pelas cinco horas, mas ela não vai poder sair do carro. Está muito frágil, ainda mais com esse clima. - Agora me sinto mal.
- Tudo bem, vejo vocês então.
Desligo. Volto pro escritório e lido com mais famílias estressadas e materialistas. Contratos que vão e vem, palavras que não valem nada, palavras que machucam pessoas amadas. Dez minutos antes das cinco, eu desço e compro um café. Espero sentado na cafeteria. Tem muita gente aqui dentro, fugindo da chuva como eu. O chão daqui também está sujo e escorregadio. Vejo um carro parar na frente do prédio e meu celular toca. Saio e vou em direção ao carro.
Uma pessoa sai do banco de trás do carro. Pelo seu porte físico, imagino ser a pessoa que me ligou anteriormente.
- Boa tarde, senhor Lima, obrigado por nos ver. - Estamos conversando no meio da calçada, cada um com o seu guarda-chuva, falando alto por causa do barulho da rua, pessoas e água caindo. Tentando não atrapalhar os outros que passam.
- Boa tarde. Onde está Vanessa? - Estamos quase grudados no carro para deixar que as pessoas passem. Tantos guarda-chuvas.
- Aqui no banco de trás. Antes de ir, senhor, peço para que tenha em mente que a condição dela está muito frágil, de verdade, e ela não tem pouco tempo, então seja paciente. Obrigado por fazer isso, de novo. Pode entrar, eu vou comprar algo ali na cafeteria.
Ele vai embora e eu fecho o meu guarda chuva pra entrar no carro.
Vanessa está sentada do lado oposto do que eu entrei. Ela está com a janela aberta, olhando pra rua e com a mão fora do carro, tocando a água da chuva que cai incessantemente. Sem olhar para mim, ela diz:
- Não é um belo dia?
Friday, December 26, 2014
palavras e ações.
Palavras não significam nada. E ações frequentemente são interpretadas de outra forma.
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